quarta-feira, 12 de maio de 2010

2010 deverá ser bom para o Turismo


Os empresários de Turismo estão otimistas em relação ao setor, para 2010. É o que indica a 6ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pacet), uma iniciativa do Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Ao contrário do ano passado, quando o cenário de crise amedrontava, desta vez os empresários apostam no aumento do faturamento e dizem que vão investir e contratar mais. Foram ouvidas as 80 principais empresas de turismo do país, de nove segmentos diferentes, que respondem por um faturamento de R$ 35 bilhões e empregam cerca de 85 mil profissionais em todos os estados brasileiros.
A expectativa de expansão dos negócios no setor turístico em 2010 é resultado da convicção, por parte dos empresários e executivos, do crescimento da economia brasileira neste ano – em menor escala, a recuperação da economia internacional também contribui para o otimismo dos entrevistados.
No resultado consolidado (comparativamente a 2009) a expectativa do setor turístico é de um aumento de 14,6% no faturamento para 2010. Os ramos que esperam mais elevadas ampliações do faturamento são o de feiras, locadoras de automóveis, operadoras de turismo, transporte aéreo e turismo receptivo. No quesito postos de trabalho, o turismo receptivo e meios de hospedagem são os setores que mais devem contratar em 2010: 11% e 7,8%, respectivamente. A variação ficou em 4,9% no resultado consolidado entre os nove ramos pesquisados.
Em 2009 – Para 26% do mercado consultado, o faturamento cresceu no ano passado. Para 49% o ano foi de estabilidade e para 25% houve declínio em relação a 2008. Este resultado pode ser considerado satisfatório, levando-se em conta que o ano de 2008 já havia sido muito positivo para o setor, ao menos até setembro, quando houve a eclosão da crise financeira internacional.
Todos os empresários do ramo de eventos consultados indicaram crescimento de seus negócios, com expansão média de 30% no faturamento. Entre os entrevistados do segmento de feiras, 80% indicaram aumento de, em média, 10%, sendo estes dois segmentos os que tiveram melhores resultados em 2009, em comparação com 2008. Para os operadores de turismo, os resultados também foram significativos. Entre os entrevistados, houve um incremento de 12,3% no faturamento. A imagem positiva do Brasil no exterior foi o principal fator apontado como responsável pelo aumento do faturamento dessas empresas.
Sobre a Pacet - A pesquisa é anual, monitora o desempenho da atividade turística e apresenta resultados e expectativas de crescimento do setor no país. Ela reflete a opinião dos entrevistados sobre o momento atual dos negócios: faturamento, investimentos, preços, custos, postos de trabalho e situação dos negócios administrados, além de fazer projeções para 2010.
Os nove segmentos da atividade turística ouvidos foram: agências de viagem, eventos, feiras, locadoras de automóveis, meios de hospedagem, operadoras de turismo, transporte aéreo, transporte rodoviário e turismo receptivo. As respostas foram coletadas nos meses de janeiro e fevereiro de 2010.

Bonito ensina turismo com preservação ambiental


Cidade mato-grossense mostra como o poder público e a iniciativa privada se uniram para garantir a manutenção da atividade turística e preservar a região.

Imagine uma cidade de 18 mil habitantes e que recebe cerca de 10 mil turistas por mês, em média. Um lugar com natureza preservada, que fez fama no Brasil e pelo mundo afora. Um município que, de acordo com quem já teve a oportunidade de visitar, realmente faz jus ao nome. Este lugar existe, fica a 260 km da capital sul-matogrossense Campo Grande e atende pelo nome de Bonito.
Em Bonito, localizado na região sul do Estado de Mato Grosso do Sul, o setor do turismo gera 2.300 empregos diretos e responde por 50% da arrecadação de tributos. De acordo com o secretário Augusto Mariano, a atividade movimentou, só em janeiro de 2009, cerca de R$ 30 milhões, um aumento considerável em relação a 2008, quando que foram movimentados R$ 43 milhões durante todo o ano.
Focado no ecoturismo, o município desenvolve um processo de conscientização da população e dos visitantes para que a natureza seja vista do ponto de vista da própria natureza. “Queremos que o turista participe, entenda, vivencie, experimente, mas não interfira no equilíbrio do ambiente”, afirmou Augusto Mariano. Entre os locais mais visitados do município estão o Monumento Natural Gruta do Lago Azul e o Balneário Municipal Rio Formoso, que tem gestão da prefeitura.
Alguns cuidados, como a construção de passarelas sobre a nascente do Rio Formoso (para evitar a passagem a pé nos trechos rasos do rio) e licenciamento ambiental em todos os atrativos naturais são precauções tomadas pelo município para monitorar a atividade turística. Todos os turistas que querem visitar as atrações de Bonito precisam se cadastrar nas operadoras e agências locais por meio do voucher único, criado pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur), em 1995. “Com a estratégia do voucher único, nós controlamos a capacidade suporte nos atrativos naturais, organizamos a arrecadação tributária e ainda temos o cadastro dos turistas que visitam a cidade”, avaliou.
As visitas às atrações turísticas são feitas mediante o acompanhamento de um guia especializado em atrativos naturais. O secretário explicou que os profissionais precisam ser credenciados pelo Ministério do Turismo e pela Secretaria de Turismo, além de seguir as normativas estabelecidas pela prefeitura. Atualmente, há 80 guias cadastrados que prestam serviços no município.
Outro aspecto apontado pelo secretário como segredo do sucesso de Bonito é a atuação da comunidade. “Hoje, posso afirmar que os moradores são cientes da importância do turismo para Bonito e também estão conscientes de que são nossos parceiros no cuidado com os atrativos naturais. Temos, por exemplo, um projeto bastante interessante, que é a inserção da disciplina Noções Básicas de Turismo e Meio Ambiente no currículo das escolas públicas municipais. Com esta iniciativa, estamos buscando formar cidadãos mais responsáveis”, ressaltou.
Fonte: Envolverde/Agência SEBRAE, 2009